Parecia irônico. Porque tudo tinha que ser tão contraditório? Éramos 3 amigas. Não podíamos estar as 3 felizes ao mesmo tempo? Era como o raio que não atinge 2 vezes o mesmo lugar, muito menos 3. Acho que era bem isso. Fazia três dias também que Joe insistia em ficar horas e horas esperando que por um milagre Demi aparecesse por lá. Por um milagre, porque do jeito que ela era teimosa às vezes, aquilo parecia quase impossível de acontecer.
Eu: Acho que você devia ir lá. – Disse olhando através da janela.
Demi: Não vejo motivo para fazer isso.
Eu: Você é insistente. – No fundo, eu queria acreditar que o que vimos foi apenas uma ilusão de ótica.
Demi: Você está de qual lado mesmo? – Não respondi. Não quis me precipitar.
Naquela tarde, fui mais uma vez até a casa dos Jonas... mas pra ver meu Jonas favorito. *-* Tá, parey. Percebi que agora sentíamos a maior necessidade de ter a companhia um do outro do que qualquer outra coisa. E enquanto eu estava longe, contava os minutos para nos vermos outra vez. Eu nunca podia esperar muito para vê-lo novamente. E pelo olhar dele ao nos encontrarmos sabia que ele sentia o mesmo. Passamos horas a perder de vista juntos nos últimos dias. Não em total privacidade. Mas mesmo assim. Era como se eu e Joe tivéssemos trocado de casa. O.o
Eu: Joe não costuma desistir fácil, não é? – Comentei enquanto estávamos na cozinha.
Nick: Pelo menos dela não. Ele só aprendeu a comer de garfo aos 16 anos porque não conseguiu equilibrar a comida da primeira vez e só foi tentar de novo.... com 16 anos. O.o
Eu: How.... retiro minhas palavras. Rsrs...
Tay: Ora se não temos visita. – Ela sorriu para mim. Totalmente cínica do meu ponto de vista. Não correspondi e ela não insistiu. – Acho que vou deixar vocês conversarem. – E saiu.
Eu: Como vocês a aguentam?
Nick: Quem? Tinha alguém aqui? – Ele brincou e eu achei graça. – Mas se você se refere a uma garota descolorida andando pela casa... ela e o Joe não se falam mais. Ele a ignora completamente.
Eu: Sério?
Nick: Sim. – Deu de ombros. - Finalmente me senti compreendido. – Sorri novamente.
Eu: Acho que Demi não sabe disso.
Nick: Acha que faria diferença?
Eu: Claro que sim... ele disse o que aconteceu de verdade? – Nick me fitou por alguns instantes.
Eu sabia. Joe só podia ser muito cabeça-oca para não duvidar da Taylor! Mas isso não era muito de se surpreender. E, para falar a verdade, eu acreditava na inocência dele. Na medida de ingenuidade que não o levaria a duvidar da prima. Em muitos momentos, esse traço de personalidade podia derreter alguns corações. Mas, naquele momento causara problemas. E como havia causado! Demi parecia ter tomado uma decisão irremediável. Decidi que tentaria fazer algo. Demi era minha amiga. Mas, Joe também era. E ele parecia estar fazendo o possível até ali.
Voltei para casa mais cedo do que nos outros dias, e desta vez sozinha. Atravessei o jardim de grama baixa à frente da casa certificando-me que Demi não estava observando.
Joe: Oi My. – Ele forçou um pouco a simpatia, mas não ao nível desejado.
Eu: Oi. – Respirei fundo, calma. – Acho bom Demi não saber que estou falando com você ou também me expulsa de casa.
Joe: rs... não devia correr esse risco. – Dei mais alguns passos sentei ao lado dele, em um ponto cego do ponto de vista de quem estivesse na janela.
Eu: Você é tão teimoso quanto a Demi. – Me diverti com meus pensamentos enquanto ele tentou compreender. – Quero dizer... já estamos no 3º dia e você passa a maior parte do tempo aqui esperando pela boa vontade dela te perdoar pelo que fez.
Joe: Acredite, My... se eu tivesse feito metade do que ela imagina, agora eu talvez estivesse cortando meus pulsos por machucar uma garota como ela. Mas, nada aconteceu além daquele inferno de segundo! – Ele deu um soco no chão. – Eu podia não ter deixado “aquele segundo” existir, se não fosse tão idiota.
Eu: É... você foi.
Joe: Sei que ela está certa... se estivesse no lugar dela agiria da mesma forma agora. Mas, eu não devia deixar isso acontecer. Você não troca um diamante por um pedaço de vidro, troca? – Perguntou confuso e eu sorri.
Eu: Não. E se você estiver comparando o vidro “transparente” à Taylor eu digo: Não existiria comparação melhor! – Ele riu um pouco sem graça e perdeu o olhar no nada outra vez.
Joe: Eu nunca trocaria. E ela não merece passar por isso, Deus!!
Eu: Você quer que ela te perdoe pelo que não fez, é isso? – Ele demorou a responder.
Joe: Eu só quero que ela me escute. – Assenti e levantei limpando a roupa.
Eu: Ok. Vou fazer a minha parte. Você faz a sua. – Sorri um tanto confiante e ele me fitou por alguns instantes.
Joe: Como assim? Você?
Saí sem responder. Ele entenderia. Saberia o que dizer ou fazer. Entrei em casa, fui direto para o meu quarto. Tomei um banho pensando em como falaria algo sem complicar as coisas. Selena também chegou e algumas horas depois estávamos no quarto, as 3. Selena brincava com um kit de maquiagem... misturando cores de frente para o espelho. Demi escrevia qualquer coisa sentada na cama e eu observava da janela. Fazia alguns minutos que notei o Sr. Lovato conversando com Joe. Estranhei o fato. Mas eles não estavam se matando, acredito eu.
Eu: Até quando vai esse joguinho seu? – Falei dando uma mordida na maçã e ainda olhando pela janela.
Demi: Que joguinho?
Eu: Deixar Joe lá fora e você ficar aqui.
Demi: Não quero sair agora. E não posso impedi-lo de ficar aí.
Eu: Ok, então o joguinho ainda vai demorar. Demi, a princesinha presa no castelo. Joe, o guarda-costas.
Sel: Princesas e guarda-costas não são de épocas diferentes? – Revirei os olhos.
Demi: Ok, My. Quer saber? O joguinho já acabou faz tempo. O joguinho dele. 3 dias atrás. – Ela se levantou e andou em direção à porta e eu ouvi alguns passos firmes na escada.
Eu: Demi! – Corri para alcança-la, e consegui quando ela estava no ultimo degrau.
Sel: Me espera!!
Eu: Hey, Dems. – Ela hesitou, mas deu meia volta e olhou para mim. - Se tudo foi um joguinho dele, e a brincadeira acabou, por que você está levando a sério?? – Eu sorri, e ela prendeu o riso desviando o olhar. Em seguida ficou séria novamente.
Demi: Não foi uma brincadeira, My. Você viu o mesmo que eu.
Eu: E é por isso que eu acho que você devir falar com ele. É o que eu faria. – Na verdade, eu fiz. Mas isso fica em off.
Demi: Não tenho o que falar. Não preciso. – Ela respirou fundo, como se não houvesse saída.
Eu: Talvez ele precise. Porque não dar uma segunda chance? Todos nós temos direito. E ele nunca precisou usar a dele... – Sua expressão indecisa e de falsa firmeza me fez acreditar que essa conversa havia tido algum efeito.
Demi: Não é tão fácil. Não quero arriscar outra vez. – Quase sussurrou, tentando disfarçar os olhos úmidos. Ela se virou rapidamente e continuou andando em direção à cozinha quando a porta da sala abriu e o Sr. Lovato entrou. Eu e Selena o encaramos. Ele estava pensativo, sério e não se importava em disfarçar a possível “preocupação” que aparentava. Foi como se de repente percebesse nossa presença.
Sr. Lovato: O que foi? – Eu e Sel nos entreolhamos. Sel com certeza não tinha nada em mente, mas eu pensei em como ele voltou desnorteado depois de falar com Joe. Levantei os ombros me livrando da culpa. Ele respirou fundo e murmurou algum resmungo consigo mesmo. – Demi! – Ela apareceu na porta da cozinha com um copo d’água. Éramos quatro pessoas em silêncio na sala. Nós e aquelas 4 paredes.
Eu: Demi, esperamos você lá em cima.
Sel: Mas... – Puxei Selena pelo braço e subimos novamente as escadas. Tentei ficar em um ponto que pudesse ouvir algo. – Você tem que parar com essa mania de frustrar minha curiosidade, My!
Eu: Shiii!!!
Demi: E então? Estava visitando o habitante do nosso jardim? – Ela riu sozinha.
Sr. Lovato: Hm... fui com a intenção de manda-lo para casa.
Demi: Ow... parece que ainda não deu certo. – Ela fez drama, fingindo olhar pela janela. Ele respirou fundo antes de continuar, colocando uma das mãos no ombro dela.
Sr. Lovato: Você sempre foi minha garotinha, nunca achei que ninguém fosse estar à sua altura e tentei te proteger. Achei que tinha acertado. – Demi mal parecia respirar. Tinha os olhos focados e incrédulos. – Mas, agora... acho que o garoto... Joe não está brincando. Você precisa falar com ele, Demi. Ou isso pode acabar para sempre, e ninguém como ele aparecer outra vez. – Ele virou rápido e subiu as escadas, parecia que ainda não acreditava no que havia falado. Eu não acreditava. Demi também parecia não acreditar no que ouvira. Ele? Logo ele apoiando o Joe? Tudo bem, essa pode ter sido uma atitude decisiva. Mas, nunca achei que aconteceria.
Sel: AI MEU DEUS!
Eu: Cala a boca!!! – Sussurrei e corremos tropeçando até o quarto.
Sel: Você ouviu aquilo?
Eu: Não, eu tenho problemas auditivos. É claro que ouvi!!
Sel: O.o Cadê a Demi?? Vamos lá!
Descemos as escadas. Demi ainda estava parada no mesmo lugar. Imóvel. Inerte. Selena tinha um questionário a fazer, o qual Demi respondeu apenas com monossílabos. Ao observá-la era o mesmo que ver, através dos olhos dela, o sentimento e a teimosia lutando pelo espaço no coração.
Demi: Eu... só acho que o papai disse ter errado uma vez. Pode estar errando outra.
Eu: Nesse caso, como são opiniões opostas, ele só poderia estar errado em uma. E você não acerta primeiro para depois errar...
Sel: Ela tem razão.
Demi: Que seja. – Pisou firme até o quarto e trancou a porta atrás de si.
A noite chegou, Selena foi para casa. Demi continuava trancada. Sr. e a Sr.ª Lovato tinham saído. Taylor tinha chegado a pouco e eu estava no tédio. Fui até o quarto, Nick telefonou e ficamos alguns minutos falando bobagens. O céu estava meio nublado e na metade da conversa, alguns pingos de chuva entraram pela janela. Fui até lá para fechar e me apoiei de lado no vidro, observando a rua deserta a certa distancia.
Eu: Wow! Você quase me enganou! – Falei rindo.
Nick: E você se mostrou muito preconceituosa. Qual o problema se eu pensasse em gravar essa música? Tocaria no mundo inteiro! Além disso, você não ouviu o ritmo dela ainda! – Disse divertido.
Eu: Você não pode cantar uma música que fala de “pular, calças jeans e nutrição” junto. Vai me lembrar duma academia dos anos 80!
Nick: Estamos num país livre. Aposto que você seria uma fan da música. - Ele achou graça do outro lado da linha e eu também ri.
Eu: Eu gosto do som da sua risada, sabia? Quer dizer, eu gosto mais pessoalmente, mas no telefone também.
Nick: Gosta é? Então, você tem o dever de me fazer rir pelo telefone, Srta. Cyrus.
Eu: Ok, Sr. Presidente. – Nós rimos mais uma vez. Era como se quando nos falávamos não precisássemos de um motivo real para estar feliz. Nós simplesmente estávamos felizes. Só isso. – E porque não fazia isso antes?
Nick: O que?
Eu: Joe uma vez disse que você mal sorria. – Ouvi a respiração profunda dele antes de responder.
Nick: Bom... acho que não encontrava motivos. A primeira música que você me ouviu cantar me fazia recordar a culpa. E, ao mesmo tempo, me fazia esquecer os motivos que tinha para sorrir. Mas o modo como você faz isso de uma forma tão sincera, inocente e misteriosa ao mesmo tempo foi contagiante desde a primeira vez que eu te vi. Na verdade, na segunda...
Eu: Então Joe tinha razão em dizer que eu sou a culpada por você perceber que é feliz? – Brinquei.
Nick: Sim. Totalmente culpada. – Eu sorri demoradamente.
Eu: Mas você não pode ver se eu estou sorrindo agora. Então, o que te fez rir? – Desafiei.
Nick: Não posso ver... posso sentir. – Demorei a responder. Procurei as palavras que fugiram por alguns instantes.
Eu: Sempre acreditei que sim. – Quase sussurrei.
Nick: E sabe por que é tão importante? – Disse calmamente. Seu tom suave acelerava minha respiração.
Eu: Por quê?
Nick: Ninguém pode expressar uma dor muito grande em palavras. Aí vem a lágrima. Do mesmo jeito ninguém pode expressar amor, amizade, alegria... tudo isso junto, numa frase. É meio que contra as leis da natureza. Então vem o sorriso verdadeiro e contagiante.
Eu: Queria que você estivesse aqui agora. – Eu juro que o beijaria de olhos fechados.
Nick: Eu também. – Uma pausa.
Kevin: Mew, eu estou te chamando há horas! Daqui a pouco chega o fim dos tempos e nada de você me escutar.
Nick: Fim dos tempos? O.o
Kevin: É. Tipo, o Armagedom. Já viu aquele filme?
Nick: Kevin, eu estou no telefone. E você podia bater na porta antes de entrar.
Eu: Kevin está aí?
Nick: Sim, acabou de chegar e...
Kevin: Hm... é a Miley?
Eu: Manda um “oi” para ele.
Nick: Sim, ela mandou um “oi”.
Kevin: Ok, manda dois para ela.
Nick: Ele mandou...
Eu: Eu ouvi! Rsrsrs
Kevin: Enfim, é melhor você se apressar para buscar sua querida mãe no remoto lugar em que ela se encontra.
Nick: E que lugar é esse??
Kevin: O shopping.
Nick: E você não tinha ido com ela?
Kevin: Ela estava demorando demais, tá legal?? – Um silêncio. Tenho certeza que Nick revirou os olhos. Bem, eu fiz isso.
Eu: Nick...
Nick: Desculpa, My! É que o Ke...
Eu: Não, sem problemas! Acho que também preciso descobrir uma coisa.
Nick: Vai me deixar curioso?
Eu: Hm... acho que você não ficaria curioso se visse a cena que estou presenciando da janela do quarto.
Nick insistiu um pouco e eu disse que me certificaria de qualquer coisa. Ele se despediu de mim, mas não queríamos desligar. Consequentemente, a longa despedida deixou Kevin novamente impaciente e fomos obrigados a largar o telefone.
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< ... >
O tempo não se preocupava em acompanhar nossos ritmos de vida. Era como se sempre estivéssemos uma data atrasados da realidade. Passou junto com o calor e o vento frio chegou de vez. Não chovia nem nevava um mês depois de Joe e Demi parecerem perfeitamente bem. Mas, o tempo estava mais frio. Não o suficiente para se usar cachecóis ou sobretudos.
Dali a dois dias estaríamos cada um seguindo seu caminho para a faculdade. Não seria fácil para os pais. Nick iria para Yale comigo. Demi para Princeton e Joe para uma a apenas uns 50 km de distancia, a mesma do Kevin, Brown. Selena iria para Juilliard e Taylor acabou idealizado o mesmo curso que ela e a entrevista que fez ajudou bastante... alguém imagina quem o convenceu dessa escolha??? Seja como for, os dois seriam grandes atores um dia... estudar cinema parecia interessante. Não estávamos tão longe uns dos outros, e nem de casa, o que permitiria que nos víssemos não só na semana, mas também aos fins de semana.
Mas isso tudo começaria apenas em dois dias. Antes disso ainda tínhamos um casamento para ir. Estávamos nos últimos preparativos.
Eu: Eles parecem felizes. – Falei satisfeita enquanto sentava no batente da varanda da casa dos Jonas. Joe nos acompanharia até em casa já que Nick estava ocupado em ajudar também. Estávamos esperando enquanto ele buscava algo.
Demi: O Kevin sempre está feliz.
Eu: É verdade O.o Mas a Dani parecia histérica no telefone. – Por mais que não nos víssemos sempre, acabamos nos tornando grandes amigas da Dani. Ela era tão louca e romântica quanto cada uma de nós.
Demi: Tá brincando? Ela gritou por 30 minutos sem parar!
Eu: Não foi 30... não seja exagerada... Foram 3 minutos.
Demi: Que seja! Já tentou gritar por 3 minutos seguidos, sem parar? Parecem 30!!
Eu: É verdade! – Nós achamos graça. – É como vou ficar no dia em que Nicholas Jerry Jonas me pedir em casamento, é! Não, não... vou estar mais feliz ainda!
Demi: Vocês são loucas. Eu vou entrar em pânico e entrar na igreja desmaiada. – Eu ri com vontade.
Eu: Depois nós somos as loucas! – De repente uma figura nada bem vinda surgiu na calçada. Na verdade duas. Taylor e Lucas. Ela nos viu e tentou exibir Lucas por alguns instantes, e ele tão preso aos estranhos encantos dela nem se deu conta. Despediram-se e ela caminhou em direção à casa, em nossa direção. Demi respirou fundo e tentou sorrir. No último mês algo nela amadureceu muito em tão pouco tempo. Ela conseguia ser forte o suficiente não só para encarar Taylor, mas para sorrir superior a ela. Até agora não dirigira uma só palavra à Taylor. Taylor tinha seu orgulho ferido diante de tudo e claramente não suportava a atitude de Demi que não precisava usar palavras para deixa-la irritada. Taylor passou por nós e deu uma risada de deboche revirando os olhos. Parou subitamente ao nosso lado antes de passar do batente.
Taylor: Demi... não sei se vai querer falar algo a respeito disso. Mas acredito que seria bondade minha dizer que não se preocupe mais. Saí do seu caminho, Joe agora pode ser todo seu. Tenho algo melhor agora. - Ela sorriu superior. Demi não a encarava. Mantinha os olhos fixos à frente. – É... sinal verde, Demi!
Demi: Oh sim! Também terei a bondade de responder! – O sorriso cínico de Taylor se desfez. – Sinto destruir seus sonhos e suas paixões platônicas. Mas, não adianta você querer “disponibilizar” algo que nunca foi seu. Ah, garanto que o coração dele continua muito bem protegido comigo... o sinal sempre esteve vermelho para você, querida. – Demi sorriu irritantemente para Taylor e levantou-se para sair quando Joe apareceu na porta.
Joe: Ok, prontinho! Podemos ir!
Joe passou por Taylor como se ela não existisse puxando Demi pela mão. De um jeito doce, Demi usou palavras que Taylor não ousaria refutar. Ela não teria como , era a mais pura verdade. E a partir de então nunca mais vi as duas trocarem uma palavra sequer.
O dia seguinte passou rápido. Talvez as expectativas fossem as culpadas por isso. A tarde chegou e já estávamos à caminho do local escolhido para ser realizado o casamento. Kevin teve que quase ser dopado com drogas para parar de perguntar se “a Dani já chegou”. Nada de muito escândalo... 10 minutos de atraso e uma cerimonia perfeita. Emoção convertida nas lágrimas e sorrisos de cada um presente, principalmente dos envolvidos. Pelo menos, daquele momento em diante, por uma noite Kevin realmente parecia ser um adulto. Um apaixonado de olhos vidrados na única mulher à sua frente. Danielle estava radiante. Uma rosa de cristal enfeitava seus cabelos doce e delicadamente.
Depois de todas as formalidades de um casamento religioso, era o momento de descontrair... comemorar. Era um lugar decorado de forma singela e simplesmente elegante. Era ao ar livre, e um pouco distante de grandes movimentações. Não ouvíamos os barulhos da cidade. Como um casamento no campo à noite, simples, porém aconchegante. As músicas iniciais eram suaves. Os noivos foram os últimos a chegar ao local e logo tocou uma valsa em que todos permaneceram calados admirando a romântica dança até terminar com um beijo não combinado que animou os presentes. De repente, vários começaram a se levantar e as músicas se tornaram mais agitadas.
Joe tinha ido ao banheiro, Nick pegar algo para beber e Selena foi a primeira a puxar Taylor para dançar.
As lembranças dos últimos meses passaram rapidamente em minha mente, só para mostrar como tudo parecia diferente. Como uma onda arrebentando na praia... nosso mundo deu voltas e voltas antes ficar calmo como uma pequena marola que termina na areia molhando nossos pés.
Eu: Três meses atrás eu não conseguiria imaginar que tudo poderia estar tão bem hoje! Até a Taylor parece bem com o Lucas... o que é meio perigoso, mas enfim.
Demi: Como assim?
Eu: Sei lá... era como se sempre uma de nós estivesse com problemas. Você com Joe, eu com Nick, Selena com Taylor, Eu com meu pai, e depois com o Nick de novo, depois você com o Joe e com a Taylor...! Ufa!!!
Demi: Você quis dizer os últimos 2 anos então... rs.
Eu: É, não importa! Mas agora está tudo bem. E espero que os problemas daqui para frente não sejam tão terríveis quanto esses.
Demi: Seja realista, baby. ;)
Eu: Ok, que sejam do tamanho que forem. Mas então espero que as pessoas certas estejam por perto para enfrentarmos juntos. – Demi abriu um grande sorriso enquanto Nick se aproximava. Pegou-me de surpresa roubando um beijinho rápido e sentou ao meu lado colocando dois copos na mesa. Eu não queria nada, então ele trouxe o dele e o da Demi. – Sabe uma coisa que me surpreende? – Encarei-o feliz.
Nick: Posso saber agora. ;)
Eu: rsrs... você está aqui sentado comigo enquanto aquela banda lá toca. Eles são bons, mas você é muito melhor!
Nick: Tenho coisa melhor ainda para fazer, sabia? – Sussurrou ao meu ouvido, causando um arrepio a partir desse ponto que se espalhou por todo meu corpo. Seu braço estava ao redor dos meus ombros.
Demi: Gente... vou... chamar o Joe no banheiro... No masculino, claro... quer dizer, vou esperar ele sair, óbvio. Enfim! – Ela saiu e eu achei graça.
Nick: Mas, você tem razão. Eu podia tocar alguma coisa hoje... se você for também.
Eu: O que? Não, não. Não ensaiamos nada. Vamos todos ficar quietinhos aqui então. ^^
Nick: Miley...
Eu: Não. – Cruzei os braços. Criança.
Nick: Smile...?
Eu: Não, Nick... vai você...
Nick: Que pena, queria tanto cantar com a minha Smile... – Ele fingiu frustração, sabendo que eu já estava completamente perdida por causa do “minha Smile”.
Eu: No que está pensando? – Falei apertando os olhos, me rendendo ao pedido. Ele sorriu perfeitamente e por um minuto não me arrependi da resposta.
Nick: Nisso. – Ele pegou uma folha de papel com uma letra. – Fiz uma expressão extremamente surpresa.
Eu: Você já tinha planejado!! Eu não acr... espera aí... “Before The Storm”? A letra completa? Você terminou??
Nick: E é um dueto. – Arqueou uma sobrancelha enquanto eu parecia uma fan histérica. Dei uma lida rápida na letra. Eu já conhecia parte dela e “peguei” numa boa. – Você tem alguns minutos. – Ele se levantou e sumiu no meio dos casais que dançavam.
Eu: Onde você vai??
Nenhuma resposta. Nick sempre surpreendia e eu não podia imaginar o que se seguiria. Fiquei um instante sozinha na mesa observando a letra da música. A nossa tempestade. Eu lembrava cada momento antes da tempestade e em como tudo pareceu desabar num segundo. Na letra, Nick transparecia a insegurança que sentia naqueles dias. Não sabíamos o que aconteceria depois e agora posso dizer que ambos sentíamos medo de que tudo tivesse realmente acabado. Meus olhos ficaram úmidos ao ver que eu quase coloquei tudo a perder. E uma pontada de dor machucou meu coração. Mas, tudo havia passado e aqui estávamos nós. Uma melodia chamou minha atenção... olhei para o pequeno palco onde ficava a banda e lá estava Nick olhando em minha direção. Sorri profundamente ao perceber que ele cantava “Gotta Find You”. Era como uma marca nossa. O início de tudo. As lembranças trazidas por uma música. Ninguém mais sabia o que aquelas palavras significavam para nós. E a sensação de ouvi-la como ninguém a ouvia era surreal.
A música chegou ao fim e Kevin correu até o palco com um microfone enquanto batiam palmas.
Kevin: Obrigado, obrigado! Primeiro eu queria agradecer a presença de todos aqui. Por dividirem esse momento tão importante para mim, para a Dani e tornarem a noite inesquecível para nós. – Todos bateram palmas outra vez. – Espero que possam se divertir com o músico que apresento a vocês, meu irmão Nick Jonas! Não se esqueça desse momento Nick. Fui eu que te apresentei à sociedade! – Brincou e todos riram. Eles se abraçaram e Kevin saiu.
Nick: Bom, agora que Kevin já me apresentou à sociedade... – Ele disse com seu perfeito humor de ironia, enquanto colocava o microfone no pedestal. Todos ali o conheciam desde criança, e o comentário levou todos a voltarem a rir outra vez. - ...eu queria cantar uma música com uma pessoa muito especial para mim. Miley, vem cá. – Para mim foi como ser pega de surpresa novamente e senti as bochechas corarem quando as atenções voltaram para mim. Mas eu corri até lá. Ele me deu a mão para subir no palco e eu peguei um microfone que alguém entregou. A melodia começou. Nick olhava para mim, e eu não conseguia desviar. Sabíamos que era uma letra real, nada de fantasias. As pessoas voltaram a dançar lentamente, alguns convidados apenas acompanhando o ritmo enquanto nos observavam.
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ADDITIONAL CASH
Before The Storm (Antes da tempestade)
Miley:
No this isn't what I wanted, (Não , isso não é o que eu queria.)
Never thought it'd come this far, (Nunca pensei que isso chegaria tão longe)
Thinkin' back to where we started (Pensando em voltar para onde nós começamos)
& how we lost all that we are (E como perdemos tudo o que nós éramos)
Nick:
We were young & times were easy, (Nós éramos jovens e os tempos eram fáceis)
But I could see it's not the same (Mas, eu poderia ver, não é mais a mesma coisa)
Standing here but you don't see me, (Eu estou aqui, mas você não me vê)
Give it all for that to change (Daria tudo para isso mudar)
And i don't want to lose her, (E eu não quero perdê-la.)
Don't want to let her go (Não quero deixá-la ir)
Miley:
Standing out in the rain, (Eu estou parade na chuva)
Need to know if it's over, Preciso saber se está acabou)
Cause I will leave you alone (Porque vou deixar você sozinho)
Nick:
I'm flooded with all this pain, (Estou inundado com toda esta dor)
Knowing that I'll never hold her, (Sabendo que eu nunca irei abracá-la)
Like I did before the storm (Como abracei antes da tempestade)
Before the storm (Antes da tempestade)
Nick:
With every strike of lightning (Com cada estrondo de um relampago)
Miley:
Comes a memory that lasts (Vem uma memória que dura)
Both:
Not a word is left unspoken as the thunder starts to crash (Nenhuma palavra foi deixada de ser dita, como o relampago que começa a soar)
Miley:
Maybe I should give up (Talvez eu deva desistir)
Chorus:
Miley:
Standing out in the rain, (Eu estou parade na chuva)
Need to know if it's over, Preciso saber se está acabou)
Cause I would leave you alone (Porque eu deixaria você sozinho)
Nick:
I'm flooded with all this pain, (Estou inundado com toda esta dor)
Knowing that I'll never hold her, (Sabendo que eu nunca irei abracá-la)
Like I did before the storm (Como abracei antes da tempestade)
Miley:
I'm trying to keep the light from going out (Eu estou tentando evitar que as luzes sumam)
Both:
And the clouds from ripping out my broken heart (E as nuvens de rasgar o meu curacao partido.
They always say a heart is not a home without the one who gets you through the storm (Eles sempre dizem que um curacao não é um lar sem aquele que faz você passar através da tempestade.)
Chorus:
Standing out in the rain, knowing that it's really over - please don't leave me alone (Parados na chuva, sabendo que está realmente acabado – por favor, não me deixe sozinho/a)
I'm flooded with all this pain, knowing that I'll never hold ya, like I did before the storm (Estou inundado com toda esta dor, sabendo que eu nunca irei abraçá-la, como eu fiz antes da tempestade.)
Like I did before the storm (Como eu fiz antes da tempestade)
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A música terminou. Não ouvi aplausos, mas sei que existiram. Só senti o abraço quente de Nick me envolvendo. Foi um mágico momento real.
Eu: Você não me abraça mais como antes. – Sussurrei em seu ouvido. Ele me encarou discretamente e então sussurrei outra vez. – Você abraça melhor que antes, mais forte. E eu amo isso. – Ele pareceu compreender, mas ao invés de me acompanhar para a saída do palco ele ficou. – Você não vem?
Nick: Te devo um pedido de desculpas.
Eu: Nick... – Parei, meu olhar pedindo que não fizesse isso. - ...você não me deve nada.
Nick: Isso é pra você. – Ele disse fora do microfone. Ninguém mais conseguiria ouvir, além de quem estava muito perto, no palco. Eu desci e o esperei na lateral. Meu coração bateu forte, sentindo uma agulha por cada palavra. Eu não precisava de qualquer pedido de desculpas. Ambos poderíamos ter errado, eu mais que ele. Mas, nenhum erro sobreviveu para nos massacrar. Apenas para ensinar. Mas, se aquilo o faria sentir melhor eu estaria ali para ouvir.
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ADDITIONAL CASH
Sorry (Desculpa)
Broken hearts and last goodbyes (Corações quebrados e útimo Adeus)
Restless nights but lullabies (Noites sem descanso mas, canções de ninar)
Helps make this pain go away (…ajudam a fazer essa dor ir embora)
I realize I let you down (Percebi que te decepcionei)
Told you that I'd be around (Te disse que estaria por perto)
Building up the strength just to say (Tentando ter forças só para dizer)
I'm sorry (Me desculpe)
For breaking all the promises that I wasn't around to keep. (Por quebrar todas as promessas que eu não estava por perto para cumprir)
It's on me (Está em mim)
This time is the last time that I will ever beg you to stay. (Esta é a última vez que eu te implore para ficar)
But you are already on your way. (Mas você já está no seu caminho)
Filled with sorrow, filled with pain (Cheio de culpa, cheio de dor)
Knowing that I am to blame (Sabendo que eu devo ser o culpado)
For leaving your heart out in the rain (por deixar seu curacao na chuva)
And I know your gonna walk away (E eu sei que você vai embora)
And leave me with the price to pay (E vai me deixar com o preço a pagar)
But before you go I wanted to say (Mas, antes de você ir eu queria dizer)
Yeah!
That I'm sorry (Que eu sinto muito)
For breaking all the promises that I wasn't around to keep. (Por quebrar todas as promessas que eu não estava por perto para cumprir)
It's on me (Está em mim)
This time is the last time that I will ever beg you to stay. (Esta é a última vez que eu te implore para ficar)
But you are already on your way. (Mas você já está no seu caminho)
Can't make it alive on my own (Não vou conseguir viver sozinho)
But if you have to go, then please girl (Mas, se você tem que ir, então por favor garota)
Just leave me alone. (Só me deixe sozinho)
Cause I don't want to see you and me going our separate ways. (Porque eu não quero ver eu e você seguindo caminhos diferentes.)
I'm begging you to stay (Estou implorando que você fique)
If it isn't too late (Se não for tarde demais)
I'm sorry (Me desculpe)
For breaking all the promises that I wasn't around to keep. (Por quebrar todas as promessas que eu não estava por perto para cumprir)
It's on me (Está em mim)
This time is the last time that I will ever beg you to stay. (Esta é a última vez que eu te implore para ficar)
But you are already on your way. (Mas você já está no seu caminho)
But you're already on your way... (Mas você já está no seu caminho...)
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Todos continuavam a dançar, outros levantaram enquanto um ou outro sentou para uma conversa. Nick havia agradecido rapidamente e se dirigia em minha direção. Lágrimas estavam presas em nossos olhos, e ao mesmo tempo o alívio de termos enfrentado tudo aquilo e continuado juntos. Seu abraço foi muito forte, como se nunca quisesse me soltar e eu me senti perfeitamente bem em seus braços... eu realmente não queria sair dali.
Eu: Não precisava ter feito isso.
Nick: Não quero que nada se repita. Só isso. – Não falei mais nada por longos minutos.
< ... >
Dançamos boa parte da noite, o que me possibilitou sentir, de olhos fechados, o perfume dele em seu terno escuro por um longo tempo. Havíamos jantado e já estávamos todos sentados e conversando quando discretamente Nick me chamou para mostrar algo. Meu olhar o questionou, mas ele não respondeu de forma tão clara.
Demi: Não desapareçam, tá ficando tarde... – Ela disse tão dopada com Joe dando beijinhos no pescoço dela que nem deve lembrar mais do que disse. O.o Saí dali com Nick tentando não ser tão notada.
Eu: Era pra ser discreto. – Eu achei graça, referindo à recomendação que Demi deu.
Nick: Não tem problema.
Eu: Onde estamos indo?
Nick: Confia em mim? Acredita que não estou de raptando embora seja a garota mais linda da festa, Danielle que não saiba disso? – Disse olhando para mim, arqueando uma sobrancelha, falando com ar lascivo.
Eu: Acredito.
Nós fomos andando por um caminho parcialmente escuro, havia árvores ao redor e estamos falando de uma leve subida. Haviam degraus disfarçados de pedras, com suaves inclinações. De longe eu ainda via a iluminação da festa. Cheguei à conclusão de que seriam em lugares deste tipo que os Serviços de Investigação encontrariam vítimas fatais depois de festas. Ok, estou exagerando. De qualquer forma era assustador na medida certa. Nick estava ali. Ele me puxava pela mão. Nossos dedos entrelaçados. Eu tropeçava com o salto todo instante, o que tornava a cena um tanto divertida para nós dois, por isso resolvi tirá-lo. Eu estava curiosa. Muito.
Não demorou tanto para chegarmos num ponto pouco mais iluminado. Isso não significa que era movimentado ou algo do tipo. Me recompus da caminhada e quando olhei para cima entendi o esforço de subir até aqui. A iluminação a qual mencionei vinha quase que completamente da lua cheia perfeitamente incrível no céu. Era uma noite perfeita e eu não tinha percebido. Ao redor algumas estrelas pareciam brilhar mais forte. À distancia, pude ver que a “leve subida” não era tão leve assim. Podíamos ver todo o brilho da cidade e o mar escuro mais longe ainda. Não era tão alto, mas não deixava de ser alto o suficiente para vermos tudo aquilo. Voltando do inesperado lapso da realidade que tive, percebi Nick caminhando logo à minha frente, em direção a uma espécie de corrimão que cercava todo o local. No lugar ao qual chegamos havia grama, talvez não tão verde, não sei... não dava para ver. Mais atrás havia um banco de praça antigo que, com certeza há anos que ninguém sentava. Perto dele uma inscrição em uma pedra retangular. Não consegui ler. Fui até onde Nick estava e peguei de volta sua mão, lembrando que havia soltado sem perceber enquanto estava perplexa com a vista.
Eu: Não imaginava que chegaríamos a um lugar assim.
Nick: Não gostou? – Me olhou de lado.
Eu: Fala sério! A vista é linda! – Percebi o sorriso dele. Caminhei até o corrimão e apoiei minhas mãos. Em seguida senti-o aproximar-se de mim por traz, o corpo colando ao meu, as mãos quentes sobre as minhas frias e sua respiração calma passando próximo ao meu cabelo.
Nick: Tenho que concordar com você. – Ficamos em silencio. Olhei ao redor mais uma vez. As luzes da cidade piscavam, mas não ouvíamos qualquer ruído de carros ou outra coisa. Só o vento. Fechei os olhos para senti-lo e respirei fundo. Eu não queria mais sair dali, não queria que Nick saísse. Trazia-me lembranças de coisas boas. Momentos bons e de repente percebi que estava sorrindo de olhos fechados. – O que está sentindo? – Abri os olhos para vê-lo me observar de tão perto, o rosto ao lado do meu, por trás de mim.
Eu: rsrs... nada. Você sabe que gosto de sorrir. Mas é que... esse lugar é tão calmo... tão inspirador. Como viemos parar aqui?
Nick: Meu tio uma vez veio até aqui comigo. Morávamos mais perto e ele queria um lugar calmo para me dar aulas de violão já que o Joe colocava toalhas amarradas no pescoço e tentava voar do sofá para o chão fazendo barulho. O.o
Eu: Já tinha vindo aqui à noite?
Nick: Já... poucas vezes. Eu gosto de ficar observando as estrelas em noites onde o céu tá limpo. Elas brilham mais. E isso é romântico. – Nós rimos. Ele conseguia falar isso sem que tudo ficasse extremamente meloso, o que eu achava fofo.
Eu: Hm... verdade. E o que mais gosta de fazer? – Era uma pergunta boba, talvez eu já soubesse a resposta. Mas eu queria perguntar.
Nick: Gosto de ir a parques, andar e conversar...
Eu: Sobre o que gosta de conversar? Sobre o que gostaria de falar observando este lindo cenário? – Brinquei falando formal demais.
Nick: Você não está com medo, tá??
Eu: De jeito nenhum. E porque estaria?
Nick: Que bom. Você ainda tem fobia de parque de diversões?
Eu: Nunca mais tentei ir a um. J
Nick: Acredite ou não, esse lugar já foi um. – Fiquei perplexa. Não escondi minha cara de surpresa. Nick riu olhando para algum ponto distante, sabendo qual estava sendo minha reação. Olhei ao redor mais uma vez e percebi que fazia sentido. Talvez um estilo antigo já tivesse ficado aqui por algum tempo, daqueles com pouca tecnologia. E não era assustador. Não me trazia lembranças ruins. E por incrível que pareça, meu primeiro pensamento foi passar o tempo que fosse possível admirando aquele lugar com Nick. – Parece que parques não assustam tanto você como antes. – Mas... e se eu tivesse ficado assustada? E se eu soubesse da história daquele lugar perdido e lembrasse a noite mais apavorante da minha vida? Isso não aconteceu. Ele não me mandou ir sozinha, mas segurou minha mão o tempo que pôde.
Eu: Nick. – Virei de frente para ele, segurando suas mãos, brincando com nossos dedos cruzados. Ele inda estava muito perto e eu podia ver o brilho dos seus olhos quando me encararam em silencio. – Eu nunca teria sentido medo se soubesse que você esteve perto o tempo todo.
Nick: My... eu não vim aqui pra ficar me lamentando de qualquer coisa. Mas, nesse ponto acho que você está errada. – Disse convencido, mesmo que não parecesse se orgulhar de dizer isso.
Eu: Lembra a última vez em que fomos num parque de diversões? – Olhei para as luzes longe dali. – Eu me assustei. Não com o lugar em si. Mas com todos os flashes de memória que aquilo me trazia e o sentimento de angustia por estar no mesmo lugar que minha mãe morreu outra noite. Mas... eu corri para perto de você. Foi espontâneo. Você me abraçou, tentando me proteger de mim mesma mais uma vez. E eu me afoguei naquele abraço. Era forte e quente. – Ele riu sem mostrar os dentes, negando com a cabeça e desviando o olhar. – Eu gostei. Mais ainda porque eu me senti segura. Eu escutei as mesmas palavras que muitos anos antes você tinha falado pra uma garotinha que tentou proteger.
Nick: Acho que da primeira vez não deu certo. – Arriscou.
Eu: Não? Sabe qual era minha curiosidade infantil? Saber quem era aquele garoto que me prometeu que eu ficaria bem. Para mim ele tinha se arriscado por mim! – Fui falando de forma casual e imaginária, mas sabia que era verdade. – Sabe os super-heróis das suas histórias? Ele era o meu. Vai que um dia nos encontrássemos e eu casaria com ele e seríamos felizes para sempre?! Mas era tudo só conto de fadas, imaginação de criança... ou não! – Nós rimos. – Enfim, você sempre esteve comigo de algum jeito, entende? Eu não sei como conseguiu. Só acho que não precisava me pedir desculpas em uma música. Não me deve desculpas.
Nick: Ok, você quer mesmo falar sobre isso. Essa foi só uma promessa quebrada. E a segunda vez que eu pedi que confiasse em mim. Você lembra? Eu disse que estaria sempre com você. E depois eu fui embora no primeiro problema. Na primeira “chuva” eu te deixei sozinha. – Dei de ombros.
Eu: Você teve motivo. Eu disse que confiaria em você e não confiei. Então, tecnicamente eu quebrei a promessa primeiro. Depois você. – Sorri um pouco divertida. Ele sorriu leve e ficamos um tempo em silencio.
Nick: Na verdade, eu nunca pensei em te pedir desculpas. – Me encarou. – Nunca pensei em recomeçar. E sabe por quê?
Eu: Por quê? – Perguntei sentindo seus dedos tocarem meu cabelo, colando mechas atrás da orelha e tocando meu rosto em seguida.
Nick: Por que eu nunca pensei que fosse ser necessário fazermos isso um dia. Bom, nem tudo é como a gente imagina. É perfeito de um jeito totalmente inesperado. – Falou confuso e eu achei graça discretamente. – Todos aqueles dias que ficamos separados eu não conseguia tirar da cabeça o tempo que poderia estar com você. E aí eu lembrava o jeito como você ria enquanto corríamos e dançávamos na chuva sem música. E eu juro que podia sentir você me beijando quando eu fechava os olhos ou ouvir você cantando toda vez que tocava alguma coisa. Lembra a primeira vez que nos encontramos na sala de música do colégio? Eu... não sabia bem o que fazer, caramba você tinha os olhos mais lindos do mundo!!! Acho que tentei não transparecer nada e acabei sendo meio idiota. O.o Enfim... eu não pensava que devia ter você de volta. Eu pensava que não devia ter te perdido. – Ele não falava com culpa. Isso parecia suficiente para mim. Percebi que ambos guardávamos as mesmas lembranças. Tínhamos esquecido as mesmas coisas... quer dizer, eu não ficava mais sofrendo pela minha mãe e nem ele pela ‘garotinha misteriosa’. E, principalmente, queríamos apagar da nossa história o mesmo erro. Cheguei mais próximo dele, nossos rostos encostaram suavemente e eu vi os olhos dele perderem o equilíbrio antes dos meus.
Eu: Acho que você acabou de completar a minha música...
Ele sorriu para mim, apoiei os braços em seu pescoço e senti seus lábios frios devido ao sereno da noite. Foi um beijo leve, acompanhado de outro mais demorado e eu pude sentir os braços que seguraram meu corpo impedir-me de cair. As mãos frias dele na minha nuca causavam arrepios à minha pele e calafrios por todo o corpo. O ar estava chegando ao fim e eu lamentava isso, mas tive que nos separa um pouco. Tentei dar um passo atrás, mas ele não afastou o que me fez tropeçar. Segurei na camisa dele, e acabamos caindo na grama úmida.
Eu: Droga! Acho que meu vestido vai ficar molhado agora! – Falei enquanto ríamos de nós mesmos. Nick já não usava o blazer do terno. – Hm... não acha que os outros vão ficar preocupados?
Nick: Eu disse que tinha coisa melhor para fazer.
Ele não se importava com isso, e para falar a verdade, eu muito menos. Nick beijava meu pescoço, por traz dos cabelos. Meus olhos estavam semi serrados quando ele fez suspense para encostar os lábios nos meus, ele sabia que causava delírio em mim agindo assim. Antes que eu pudesse rir da “brincadeira de suspense”, senti a pressão que seu corpo exercia sobre o meu quando deitamos, como se ele tivesse total domínio enquanto nossos lábios se encostavam. Selavam promessas sem palavras. Meus dedos estavam perdidos no cabelo dele e sua respiração era calma. Eu tinha certeza que ele podia sentir meus fortes batimentos cardíacos. Estranhei quando, em meio àquele momento perfeito ele pegou minha mão. Não interrompeu o beijo, mas colocou um pequeno objeto na minha nela. Foi exatamente como no início de tudo, a primeira vez que nos “vimos”. Era como se eu pudesse ver aquela cena de outro ângulo, só que agora tínhamos histórias contadas em músicas. Eu não tinha forças para abrir os olhos, mas rapidamente, com a ponta dos dedos deduzi que não tinha nada a ver com a palheta de violão que uma vez deixou em minhas mãos. Era um anel. Tudo havia começado naquela noite, ficando apenas a palheta com uma inicial para gravar as lembranças de promessas que supostamente seriam quebradas. Mas agora, o anel que ele me entregava guardaria cada promessa do futuro, aquelas que cumpriríamos antes de prometer. Apagaria as do passado, deixando apenas as lições. Era assim que queríamos continuar daqui para frente. Porque, querendo ou não, na maior parte da nossa vida nós estávamos na mesma história. Na chuva torrencial, nos sorrisos espontâneos. Em todos esses momentos, mesmo que nem sempre soubéssemos disso.
Era nossa penúltima noite de verão. Era engraçado. Sempre achei estranha a coincidência, mas já percebi que as melhores histórias acontecem durante o verão. A nossa não foi só em um verão. Foram vários verões. Diferente, neste ponto, de como tudo começou, nós conseguimos chegar a um momento que não tínhamos mais promessas a fazer, mas sim certezas.
O raio de felicidade finalmente pode ter atingido todos nós ao mesmo tempo e, ironicamente, em uma noite estrelada de verão. Seríamos nós juntos, mesmo que estivéssemos em lugares diferentes. Todos nós. Sempre.
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Epílogo
Na minha cabeça a música já tocava completa. Tinha acabado de escrevê-la na ultima página do meu caderno. Talvez Nick lembrasse a letra que eu mostrei antes, talvez não. Mas ele lembrava os acontecimentos. De cada segundo singular que vivemos. E eu sorria lembrando, fechava os olhos cantando e só me arrependia de um dia ter dito Adeus. No fundo ainda acredito que esse “Adeus” serviu para que o próximo “Olá” fosse mais forte, fosse para sempre.
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ADDITIONAL CASH
Goodbye (Adeus)
I can honestly say you've been on my mind (Eu posso honestamente dizer que você esteve na minha mente)
Since I woke up today (up today) (Desde que eu acordei hoje)
I look at your photograph all the time (Eu olho para sua fotografia todo o tempo)
These memories come back to life (Essas memórias voltam a viver)
And I don't mind (E eu não me importo)
CHORUS
I remember when we kissed (Eu lembro quando nós nos beijamos)
I still feel it on my lips (Eu ainda sinto isso nos meus lábios)
The time that you danced with me (O tempo que você dançou comigo)
With no music playing (Sem nenhuma música tocando)
I remember the simple things (Eu lembro das coisas simples)
I remember until I cry (Eu lembro até eu chorar)
But the one thing I wish I'd forget (Mas, a única coisa que eu desejaria esquecer)
The memory I wanna forget (A memória que eu quero esquecer)
Is Goodbye (É o Adeus)
I woke up this morning (Eu acordei esta manhã)
And played our song (E toquei nossa música)
And through my tears, I sang along (E atravez das minhas lágrimas eu cantei junto)
I picked up the phone and then put it down (Eu peguei o telephone e o coloquei no gancho)
Cause I know I'm wasting my time (Porque eu sei que eu estou perdendo meu tempo)
And I don't mind (E eu não me importo)
CHORUS
I remember when we kissed (Eu lembro quando nós nos beijamos)
I still feel it on my lips (Eu ainda sinto isso nos meus lábios)
The time that you danced with me (O tempo que você dançou comigo)
With no music playing (Sem nenhuma música tocando)
I remember the simple things (Eu lembro das coisas simples)
I remember until I cry (Eu lembro até eu chorar)
But the one thing I wish I'd forget (Mas, a única coisa que eu desejaria esquecer)
The memory I wanna forget (A memória que eu quero esquecer)
Suddenly my cell phone's blowing up (De repente me celular toca)
With your ringtone (Com o seu toque)
I hesitate but answer it anyway (Eu hesito, mas respond de qualquer forma)
You sound so alone (Você parecia tão sozinho)
And I'm surprise to hear you say (E eu estou surpresa de ouvir você dizer)
You remember when we kissed (Você lembra quando nos beijamos)
You still feel it on your lips (Você ainda sente isso nos seus lábios)
The time that you danced with me (O tempo em que você dançou comigo)
With no music playing (Sem nenhuma música tocando)
You remember the simple things (Você lembra das coisas simples)
We talked until we cried (Nós lembramos até nós chorarmos)
You said that your biggest regret (Você disse que seu maior arrependimento)
The one thing you wish I'd forget (A única coisa que você desejaria esquecer)
Is saying Goodbye (‘Foi’ dizer Adeus)
Saying Goodbye (Dizer Adeus)
Goodbye (Adeus)
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“Às vezes, as estrelas alinham-se para dois velhos amores ficarem juntos. Mas, às vezes elas alinham-se para duas velhas chamas queimarem. Está imaginando o que a noite está nos reservando, amor ou fogos de artifício?”
GG
Não subestimo tudo o que aconteceu na minha vida. Ficaram como boas memórias. Na verdade, elas nunca foram apagadas como algumas vezes eu desejei. E se eu pudesse ter escrito a minha história, se eu pudesse escolher, tudo aquilo que aconteceu era exatamente tudo aquilo que eu iria incluir nela. Mas não pude. E agradeço por isso... O acaso cuidou de tudo. As coincidências resultantes das decisões de cada um. Porque o acaso e não o destino? Prefiro acreditar que tudo, em sua perfeita desordem, termina do seu jeito perfeito. Nada estaria combinado, nada estaria planejado, nenhum tempo poderia estar marcado, mas as coisas certas aconteceriam no fim. As erradas se tornariam as certas e acabariam por me convencer de que foram as melhores coisas que poderiam acontecer. Eu não saberia planejar um segundo a frente da minha vida, e acertar. Mas a única certeza que eu tinha era que meus amigos estariam ao meu lado. Nick estaria segurando minha mão e tudo estaria bem. Eu não escolhi, mas se tivesse que escolher seria exatamente assim. Nada deixaria de ser dito, nada deixaria de ser vivido e mais tarde, muito depois, nada seria esquecido. Nunca.
Fim... ou quem sabe o começo!
Ever S2 Niley
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~>Não esqueçam de ler o Capítulo Adicional. O link está no post.
~>Pois é... foi mais de um mês, e vocês viram como o capítulo ficou gigante. Espero que tenham gostado. Que tenham vivido essa história como eu vivi. Não posso falar muito agora (Acho que vou chorar LLLL), mas queria agradecer muito a vocês que acompanharam no inicio ou pegaram o trem no meio da viagem. E até o próximo post de despedida... lá eu falo o que tenho pra falar, respondo os comentários deste post, faço as últimas divulgações de Ever Niley e conto a surpresinha pra vocês.
~> Respondendo:
· Káá Cyrus: Ow, chegou no finalzinho. Mas espero que esteja gostando dos capítulos já postados. Obrigada por seguir, fofa!
· Lívia: Infelismente o vício terminou hoje...rs To triste por isso, mas tinha que acabar. Muito obrigada mesmo! E pode deixar que divulgo a nova página. ;)
· Lúh Smile: Awn... que linda. Obrigada pelo carinho, também vou sentir falta de Ever Niley. Fico muito feliz de ter ‘incetivado’ você também a escrever!
· Leeh: E.... a Demi falou!! HAHA Me segue no @MusicasDaMiley ok? Muito obrigadaaa fofaaa! Me emociona saber que tanta gente também começou a escrever depois de Ever Niley! Tudo acabou bem, muito obrigada mesmo! AH, e pode deixar que vou fazer as divulgações e seguir ^^
· I Love You Jonas Brothers: Obrigada, amr! Segue o @MusicasDaMiley ,tá? TO sempre lá! ;)
· Mackenzie: Pois é... os blogs que eu leio tbem estão praticamente de férias...rsrs Mas sim, EN acabou aqui. Demi e Joe já resolveram tudo, rsrs Muitooo obrigada por isso e pelos seus coments! *-*
· Unha & Arte: Pois é, o FIM! Ow, obrigada mesmoo!! Tanto pelo elogio como pela indicação no blog ^^ Ai meu deus, lá vai eu querer chorar de novo.
· Paulinha: Obrigada amiguinha sumida... ;) hehe Tá sim, baby. Nunca mais conversamos L Mas eu tbem to sumida, então estamos quites. Saudad das nossas loucas conversas histéricas. Rsrs
· Jacquee e Malody: Enfim, nenhuma música iria deixar de ser mostrada. Rsrs ^^ AHH, que tão bom saber disso! Espero que continue tendo sucesso em escrever o que você ama!! Quanto a isso, vou esclarecer no ultimo post do blog que falei ali em cima. Muito obrigada pelo apoio e pelo carino!!
· France: Ela tava, mas o Joe nem aí. Rsrs France, France... o que dizer de você? Vou responder depois. Hehe Mas, muito obrigada desde já!!!!! Capítulo pra você, baby! ;)
· NileyeJemi: Claro, vou fazer isso em breve ok? ^^ E sim, não existiu casal mais lindo e perfeito que Niley. Foi o mais verdadeiro que eu vi, e ainda acredito. MUITO OBRIGADA pelo selinhos! Postarei nos próximo post. (O de Bye bye L )
· RBD: Obrigada pelo selo, amr!! Colocarei no prximo post com as ultimas divukgações, ok? Obrigada mesmo!
· Kelly lino: Vou divulgar e seguir, ok? Muito obrigada pelo comente fofo e eu consigo imaginar o quanto esses blogs são importantes pra nós como vc disse... J
· Ana Beatriz: Claro, fofa! Pode deixar! ;) Obrigada pelo selinho também!! ;)
Xoxoxo